segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Passeio em Punta del Este, Uruguai

Dia 3:

Tomamos nosso café da manhã delicioso no NH, fizemos nosso check-out e partimos para a estrada. Seriam 120 quilômetros até chegar em Punta del Este.
No meio do caminho, nuvens negras anunciavam que eu não veria o céu azul em Punta, muito menos o mar lindo visto nas fotos.
E assim foi... chegamos em Punta debaixo de uma garoa persistente e um vento de cortar o rosto. Litoral nublado é sempre litoral nublado...fica sem graça, sem vida, sofrível.
Chegamos em nosso hotel, o La Foret, cuja diária gira em torno de R$330,00, o casal , e mais uma vez a mesma constatação: não se iluda com as fotos do Booking, nem sempre eles condizem com a realidade.
A piscina aquecida que me fez optar pelo hotel, era mais uma dessas piadas, proporcionadas por fotos bem tiradas, sob ângulos estratégicos! O hotel tinha um pouco de cheiro de mofo, mas nada que me mandasse para o hospital com uma crise de rinite alérgica. Fora esses detalhes, o hotel era bom, uma cama maravilhosa, bons travesseiros e uma localização excelente, bem ao lado do famoso Conrad, ele realmente tinha vista para o mar, conforme as fotos do Booking, porém a vista para o mar só era possível através do vão existente entre os dois prédios na frente do hotel. Outro detalhe: chegue ao hotel preparado: o pagamento das diárias é no check-in e não no check-out como de costume. Acho que esta regra é devido a quantidade de Cassinos na região... melhor prevenir, né?  Se você se empolgar e perder tudo, pelo menos seu hotel estará pago!
Bem, saímos do hotel e fomos visitar a cidade, a chuva não iria parar e o relógio também não. Era pouco tempo para ver muita coisa.

Primeira parada: Casa Pueblo

Trata-se da antiga casa de verão do arquiteto e artista plástico Vilaró.
Localizada em Punta Ballena, a construção lembra a arquitetura do Mediterrâneo e oferece uma vista lindíssima.
O complexo abriga um museu, uma galeria de arte, um restaurante e um hotel. O acesso para idosos e deficiente não é nada tranquilo, pois o lugar está lotado de escadas e corredores estreitos.
Dentro do museu, você encontra de tudo, desde fotos de Vilaró com seu amigo Pablo Picasso até esculturas, pinturas e diversos objetos usados por ele.
É um passeio imperdível para quem  visita  a região, sem contar que o cappuccino do café localizado dentro do museu é fantástico ( foi essencial para aquecer meu coração naquele dia frio e chuvoso).











 

Segunda parada: Grutas de la Ballena

Este lugar foi uma belíssima surpresa. Não estávamos esperando ver nada parecido em Punta, mas quando vimos a placa não resistimos e entramos.
O lugar é pequeno, mas lindíssimo! A chuva apertou quando paramos por lá e tivemos que sair correndo, mas acredito que num dia de sol seja uma ótima opção para fotos belíssimas.
 
 
 
 
 

Terceira parada: O imperdível Conrad!

Sempre que se ouve falar em Punta del Este é impossível não lembrar da musiquinha do Amaury Júnior e não assimilar ao Conrad.
O Cassino e Hotel é o marco da cidade, e ao contrário do que se pensa, não é um lugar exclusivo para quem tem muito dinheiro.
Para entrar lá, é super tranquilo, você não precisa estar hospedado.
Dentro do complexo existem restaurantes, casa de shows, danceteria e claro: o cassino.
Paramos nosso carro em uma rua ao lado e subimos as escadarias glamorosas do hotel. Ao entrar lá, é impossível não sentir um friozinho na barriga! Tudo muito grande, muito movimentado e gente de todos os tipos: desde modeletes super altas e maquiadas, senhoras com muito laquê no cabelo, homens de gravata, de bermuda, de pólo, barbudos ou carecas,  até adolescentes descolados no saguão que pareciam estar esperando seus pais ricos saírem do cassino. Ah! Claro! E também tinha a gente: um casal de brasileiros pobres achando muita graça de tudo aquilo!
Bem próximo da entrada, tem um dos restaurantes mais chiques, onde na noite de nossa visita vimos algumas figurinhas sempre presentes na mídia brasileira entrando para jantar.
Entramos no cassino, onde por sinal era proibido fotografar e onde por sinal levei várias broncas do marido pois com muita discrição, eu insistia em tirar algumas fotinhos. Juro que não gastei uma moedinha sequer dentro daquele cassino, mas confesso que o clima ali é tentador. Só o carpete do lugar já te faz flutuar e a iluminação quase te faz entrar em transe. Antes de ceder a uma possível tentação ou sermos presos por fotografar ali dentro, tratamos logo de sair daquele "antro da jogatina".
Foi muito engraçado, pois meu marido não parava de falar que encontraríamos o Amaury Júnior lá, e para minha surpresa, sim! Ele estava lá! Quase esbarrou conosco nas escadas da casa de shows!
Lá se foi ele atrás das socialites e nós, fomos tirar onda sentados nos sofás da recepção do hotel, olhando as pessoas e fazendo nossa brincadeira de "quem será esse?".
Valeu a pena estar alí... não gastamos nadica de nada, mas nos divertimos muito!
 
 
 
 
 
Quando ganhei confiança e comecei a tirar selfies, meu marido me arrastou de lá.
 
 Era tarde, tratamos de ir embora pois era nossa última noite no Uruguai, no dia seguinte retornaríamos para o aeroporto de Montevidéu para voltar para casa.
 

O sol deu o ar da graça, mas era hora de ir embora

Sabe o céu azul tão desejado? Ele apareceu no último dia da viagem. Tomamos um café rápido no hotel para tentar fotografar Punta del Este com céu azul. Tudo muito rápido, mas com muita satisfação!
Se eu voltaria????
Claro que sim! O Uruguai vale muito a pena!
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A hora de partir é sempre muito difícil pra mim!
 
 

 

 

 
 
 
 


segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Colônia do Sacramento, Uruguai.

Dia 2: Colônia do Sacramento

Colônia do Sacramento está à 180 quilômetros de Montevidéu, e é uma ótima dica de passeio de um dia.
A estrada é tranquila, mas não espere paisagens exuberantes pelo caminho.A paisagem só vai mudar mesmo quando um caminho repleto de palmeiras anuncia que você está chegando.


 
A cidade é uma graça, cheia de casinhas do período colonial. Tudo é tão conservado por lá que a cidade foi declarada como Patrimônio da Humanidade pela Unesco. Quem anda pelas ruas de Colônia do Sacramento pode facilmente se lembrar da nossa Paraty, com suas construções antigas e suas ruas de paralelepípedos. Porém, no lugar do mar, temos o Rio Del Plata que oferece um visual bem bonito de vários pontos da cidade.








 
E fácil se apaixonar pelo lugar, o cheiro de carne assada toma conta das ruas da cidade. Lojinhas de artesanato, bares, restaurantes estão por toda parte.
Não precisa ser um entendedor de história para logo perceber que o local passou por conflitos. Caminhando por lá, você vê canhões apontados para a vizinha Buenos Aires, que fica do outro lado do rio ,além de  muralhas e faróis de observação. Na verdade, Colônia do Sacramento foi fundada em 1680, por portugueses, e depois tomada por espanhóis. Foram quase duzentos anos de briga até a independência.




 
Uma opção de passeio é atravessar o rio e ir até Buenos Aires através de um ferry boat. A travessia pode durar de uma a três horas, dependendo da embarcação que você escolher. Os preços eram meio salgadinhos, então optamos em ficar só em Colônia. ( informações: www.buquebus.com )
No quesito alimentação, Colônia do Sacramento entrou para nossa lista como a maior roubada gastronômica de nossas vidas. A cidade cheirava churrasco e decidimos que era isso que comeríamos.
Escolhemos o restaurante que tinha mais movimento, nos sentamos numa mesa na calçada e pedimos a tradicional "parrilla" servida na mesa.
Eis que quando nossa parrilla chegou, sobre uma churrasqueirinha havia: frango, chouriço, rim, fígado, bisteca de porco e acreditem: tripas! Meu estômago não ficou feliz com nossa escolha, o cheiro era delicioso, mas o sabor, pelo menos para meu paladar não era nada agradável. Para animar ainda mais a festa gastronômica que nos aguardava, recebemos a companhia de dois convidados especiais: dois cachorros enormes ( enormes de verdade) se juntaram a nós. Um deles, quando abanava o rabo, balançava nossa mesa. Confesso que gosto de cães, mas não curto muito a presença deles em restaurantes, mas eles não compreenderam e permaneceram lá...grudadinhos na gente. Meu marido, embora seja um homem grande, não foi valente o bastante para tirar os cães de lá, afinal, ele queria voltar para o Brasil inteiro. No final das contas, a companhia deles nos ajudou bastante, afinal, eles comeram a maioria das iguarias que estavam sobre nossa mesa, inclusive os rins e as tripas. Depois de satisfeitos, deitaram-se aos nossos pés e alí ficaram até pagarmos a conta. Até que foram cães educados!
 
Terminado o banquete, fomos andar pela cidade e encontramos uma sorveteria artesanal que salvou nosso dia, chupei um dos sorvetes de doce de leite com pistache mais gostos que provei até hoje.
Voltamos no fim da tarde para Montevidéu, exaustos, mas felizes por ter tido a oportunidade de conhecer uma cidadezinha tão fofa!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Roteiro de 4 dias no Uruguai

Dia 1: Montevidéu

Era mais uma viagem de trabalho do meu marido.
Uma reunião numa quinta-feira, véspera de feriado.
Por acaso, um dia depois do meu aniversário.
Era a oportunidade perfeita para eu pegar uma carona e visitar este lugar que eu amava mesmo antes de conhecer.
Chegamos ao aeroporto por volta do meio dia, pegamos o carro no aeroporto e nos dirigimos rapidamente para o hotel, onde meu marido me deixou e foi para sua reunião de trabalho.
O NH Hotel, fica num lugar ótimo, de frente para o Rio Del Plata( ou Mar Del Plata) e perto do centro. Oferece um café da manhã muito bom e sem falar que o quarto é maravilhoso.
 
 
Não era inverno, estávamos em abril, mas levei uma bela frente fria na bagagem! Uma garoa forte e persistente acompanhada de um vento surreal deixou o céu cinza e as águas do rio com uma cor bem sem graça. Para minha infinita tristeza, na hora de fazer a mala, nem pensei na possibilidade de uma mudança brusca de temperatura. Quando abri minha mala não sabia se ria ou chorava... vestidinhos lindinhos preenchiam o lugar de onde "deveria" ter um casaco bem quentinho. Ainda bem que lembrei pelo menos de por uma malha na mala, foi ela quem me salvou!
Eu estava animada demais para ficar me lastimando pelo mal tempo, me agasalhei com aquilo que tinha na mala e saí para explorar as redondezas do hotel.
Quando saí, percebi que realmente o tempo não estava querendo colaborar, a garoa fina, se tornou quase uma chuva, mas continuei andando e procurando um lugar onde eu pudesse comprar um guarda chuva.
Depois de caminhar muito e estar toda molhada, tive meu primeiro contato com o peso uruguaio. No começo é meio complicado saber o valor real das coisas, mas depois você acaba se acostumando.
Entrei em algumas lojas e vi os preços de alguns casacos, mas eu estava com sérios problemas para converter os valores e achava tudo muito caro! Eu não compraria um casaco para passar apenas quatro dias e depois deixa-lo mofando em meu guarda roupas junto com os outros que eu usava de vez em nunca! Sim...confesso que sou pão dura!
A caminhada pela cidade me aqueceu, andei a tarde toda, sem rumo e morrendo de medo de não achar nunca mais o hotel e virar uma andarilha sem teto nas ruas de Montevideo. Eu estava sem sinal de Internet e telefone, assustador para uma pessoa que adora estar conectada.
Parei no Burger King para comer, não quis arriscar escolher um lugar diferente, eu estava sozinha e um lanchinho seria suficiente.
Montevideo é uma cidade encantadora! As construções antigas ao lado das modernas, os cachorros enormes circulando pela cidade, praças e jardim bem cuidados. Os uruguaios também me trataram muito bem, fui compreendida mesmo sem falar uma palavra em espanhol.
 







 
A chuva deu uma trégua e eu avancei a caminhada para a área portuária, e como porto é sempre porto, mudei minha rota rapidinho.
Prestes a ter uma hipotermia, apertei o passo e segui na direção do hotel. A chuva tinha parado (quase não usei o guarda-chuva) mas vento parecia cortar meu rosto e naquele momento eu só queria duas coisas: não me perder e um banho bem quente.
Cheguei ao hotel e não sentia meus dedos dos pés, nem a ponta do nariz, mas meu coração queimava de alegria em pensar que finalmente eu estava no lugar onde sempre dizia que gostaria de morar.
Foi o tempo certinho de tomar meu banho e meu marido chegar do trabalho, e para minha alegria, ele estava disposto a dar uma volta no centro da cidade.
Lá fui eu outra vez...
 
Sem chuva, tivemos até direito a ver um tímido por do sol






 
Andamos pelos mesmos lugares que eu tinha andado a tarde, mas como já estava anoitecendo, tudo ficou com uma cara nova.
O jantar?
Bem, o jantar foi meio que uma refeição de trabalhador braçal... não quis pedir a milanesa que meu marido sempre pede e confesso: me dei mal.
Uma coisa você precisa saber sobre o Uruguai, quando eles dizem que a refeição serve um, não leve muito a sério...geralmente o prato é suficiente para alimentar uma família inteira.
Voltamos ao hotel e era hora de descansar, tínhamos muitos planos para o feriado, no dia seguinte!
 
Terminei de comer e o prato parecia cheio.